REJANE
ARRUDA
Doutora em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, pós-graduada em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, dedica-se às investigações em Artes nos campos da Poética da Cena Contemporânea e Processos de Criação, em Teatro, Cinema, Vídeo e Fotografia. Dedicada à produção cultural, preside a Associação Sociedade e Arte SOCA, onde desenvolve projetos na interface entre a Arte e outros campos do conhecimento, como a Psicanálise e os Direitos Humanos, com proposições direcionadas às práticas da inclusão e transformação social, atuando diretamente junto a grupos invisibilizados.
Cinema:
Iniciou a sua trajetória no Cinema com Ruy Guerra, como atriz em 'O Veneno da Madrugada' e no ano seguinte protagonizou "Corpo", de Rossana Foglia e Rubens Rewald Trabalhou com Cristiano Burlan em "Amador" e "Hamlet", e na websérie "SuiGeneris", responsável também pela preparação de elenco.
Por "As Órbitas da Água", longa-metragem de Frederico Machado, recebeu duas vezes o prêmio de Melhor Atriz: no 15o Comunicurtas Campina Grande e no 15o Festival Aruanda do Cinema Brasileiro. Foi premiada também pela atuação de "Sem Abrigo" (de Leonardo Remor) no Festival de Cinema de Gramado e no CineSerra (2018); e indicada ao prêmio no "Festival Internacional de Cinema Independente" por "Eclipse Solar" (Rodrigo Oliveira, 2016) e no "Festival Nacional de Cinema de Palmácia" por "A Mesa no Deserto" (Diego Scarparo, 2017).
Preparou o elenco de "Ato Final" ultimo longa metragem da Andaluz Filmes.. E atuou e preparou o elenco de "O Cemitério das Almas Perdidas", de Rodrigo Aragão. Em 2025 estará no novo filme do diretor: "Prédio Vazio",
A primeira direção em Cinema foi o curta-metragem "A Mulher do Treze" (2018). Com roteiro de sua autoria e produção da Pique-Bandeira Filmes, recebeu os prêmios Aquisição Elo Company, na Mostra Curta Brasil da 18ª Goiânia Mostra Curtas; Prêmio Incentivo, na 13ª Mostra de Cinema Independente da ABD Capixaba; e Prêmio de Melhor Figurino no 12º Curta Taquary. Recebeu também Menção Honrosa no 25º Festival de Cinema de Vitória; além de ter participado da Seleção Oficial Mostra Brasil 8 do 29o Festival Internacional de Cinema de São Paulo.
A segunda direção foi "Abrigo".. Realizada sem recursos com alunos, participou da Seleção Oficial da Mostra ABD de Produção Independente Capixaba "Cinemas Possíveis" (2020).
Em 2024 através da Lei Paulo Gustava, dirige o curta-metragem "Pai Fotógrafo", protagonizado pelo fotógrafo cego Manoel Peçanha (em montagem) e, junto a Sabrina Feu, o curta-metragem "Cloza" (em pré-produção).
Desde 2022 é roteirista do Núcleo de Desenvolvimento Criativo da Pique Bandeira Filmes, onde desenvolve o roteiro do longa-metragem "Escambo".
Vídeo:
Durante a pandemia dedicou-se a vídeos experimentais autorais. “Quero que a chuva conte baratas no papel manchado” compôs a seleção oficial do Festival Internacional O CUBO de Produção Independente em Língua Portuguesa (2020) e do 1º Festival Tela-curta Cachoeiro (2021).
O videoarte “Algo em meu pai compreendeu que a leveza do ser estar no soltar e no soltar-se” foi vencedor da Categoria Palavra no Festival do Minuto (2020); “Resposta a Bataille” foi selecionado para a exposição “Videografias do Convívio” na Galeria Homero Massena, em Vitória-ES (2021) e “Um Poema para a Cidade” pré-finalista do “Mov Cidade” (2020).
Em 2021 participou da equipe de direção da Web-série “Híbridos”, produzida pela Andaluz Filmes e Soca Brasil.
Dirigiu os vídeos da mostra "Nada Me Falta: Videografia de Mulheres Surdas, Cegas e Ouvintes-videntes em Interação", 1a e 2a edições.
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Fotografia:
Em 1988 trabalhou como assistente de fotógrafo e também revelando filmes no laboratório da Universidade Federal de Santa Catarina.
O estudo em fotografia seguiu através do Cinema, em aulas ministradas na Academia Internacional de Cinema e outras instituições e através da pós-graduação em Cinema na Universidade Estácio de Sá.
Na disciplina de Arte Contemporãnea ministrada na Universidade Vila Velha, tomando a fotografia como modelar e em época pandêmica, cria o laboratório Gatilho Poético com seu coletivo, e idealiza o projeto Camera Obscura afim de auxiliar pessoas cegas a também participarem da atividade fotográfica. Em seguida produz o projeto "Escola de Fotógrafos Cegos" que está na 3a edição.
Participou da exposição das fotomontagem digital "Outras" e "Olho no Ralo" no Fórum da Imagem da Galeria Homero Massena em Vitória (ES) e foi selecionada como uma das artistas visuais da 2a edição da Revista Artrilha (2020) .
Atualmente trabalha na curadoria da 2a exposição da Escola de Fotógrafos Cegos: "Aqui eu Habitei".
Encenação e Dramaturgia:
O exercício da encenação travado em processos pedagóticos em universidades, cursos de formação técnica ou livres, em instituições públicas e privadas, gestaram espetáculos como "Vestido de Noiva" e "Paraíso" (2018); Veto a Voz”, “Amor em Tempo de Modernidade Líquida,"Love Fair" e "Peter Pan" (2017); "Alice Uma Quase Ópera Punk Rock Contemporânea" (2016); "Quem Tem Medo de Plinio Marcos?" e “Mouvauis Mots Navalha na Carne” (2015); "Romeu & Julieta", “Perdoa-me por Me Traíres” e “Do Amor” (2014); “Dois Perdidos em Uma Noite Suja” e “A Margem da Vida” (2013); “Fora do Eixo – Hamletmaschine” (2012).
Entre 2018 e 2020 dedica-se à escrita dramatúrgica junto ao coletivo 'Elas Tramam' – tendo publicado Homens de Amarelo e Rasgo, este último chegando a publico em forma radiofônica (2021).
Com o projeto "Cena Diversa" produz e dirige os work-in-progress "No Fio da Vida" (2019) e "Slam Corpo Grita" (2019), com surdos; e os espetáculos: "Pele", com cadeirantes (2019-2023), "Quando Acordar a Cidade", com cegos (2019-2023), "Fábulas para Crianças Surdas e Ouvintes" (2019); e "1983 o Ano que Não Terminou (2023).
Em 2023 e 2024 dedica-se às encenações da "Orquestra Brasileira de Cantores Cegos", cumprindo sucessivas temporadas no Espírito Santo, com uma investigação de linguagaem na interface entre o canto coral e as Artes Cênicas.
Atuações no Teatro
Atuou nos espetáculos: "Mauvais Mots As Criadas", com texto homônimo de Jean Genet, e “Mauvais Mots Navalha na Carne”, com texto de Plinio Marcos; "Horário de Visita" de Sergio Roveri; "Re-bentos" de Paulo Farias; "O Fingidor" de Samir Yasbek, "Valsa N.6"; "Bonitinha Mas Ordinária" de Nelson Rodrigues.
Criadora e intérprete do solo "Casa", que desenvolveu em pesquisa de doutorado no "Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator" (CEPECA/USP) com apoio da FAPESP, apresentando em São Paulo e Chile.
Atividade Pedagógica, Transmissão e Pesquisa:
Ministrou aulas na Universidade Vila Velha (coordenando também o curso de Artes Cênicas, de 2014 a 2021); na Academia Internacional de Cinema (SP) e SESC Pinheiros, além de oficinas no Chile (Universidad de Santhiago) e Portugal (ESTC). Participou também de congressos em Lisboa e Paris.
A atividade pedagógica se mantém junto a projetos que primam pelas relações entre arte e inclusão como suporte da investigação estética e estudo de linguagem, instalando processos de aprendizagem nos projetos Cena Diversa, Escola de Fotógrafos Cegos e outros.
Dedica-se à atividade editorial, tendo organizado as publicações da SOCA: “Oito Ações em Um Passo: Contribuições para a Poética da Cena” (2018); “Teatro e Humanidades: Perspectivas, Composições” (2018); “Do Ator: Teatro & Cinema” (2019); “A Arte e/em Processos de Subjetivação” (2019); “Surdos, Cegos e Cadeirantes na Cena Diversa do Teatro Capixaba” (2019), além de publicar artigos e ensaios em revistas especializadas; "Retratos de Uma Companhia em Vila Velha" (2021); "Rascunhos de uma pesquisa atoral para documentários híbridos e outros textos" (2021).
Tem artigos e ensaios em revistas especializadas; e organiza publicações com frequência para a orientação da práxis em Artes e Humanidades.